Gust
16 min readMay 5, 2020

RESIDENT EVIL 3 REMAKE, Review/Analise com Spoilers

Reviva a fuga

Resident Evil 3 Remake chegou em 3 de abril de 2020 para o mundo sendo a sequência do aclamado e bem recebido RE2 Remake, jogo que recontou as fugas de Leon e Claire da cidade apocalíptica de Raccoon City. Em RE3, revivemos a fuga da primeira protagonista da franquia, Jill Valentine e seu mais novo parceiro, Carlos Oliveira, enquanto tentam fugir da cidade sendo perseguidos pela arma biológica Nemesis.

O jogo foi recebido com bastante expectativa devido ao sucesso do Remake do RE2. Todos queriam saber como seria a Raccoon City reimaginada, como ficaram os personagens do clássicos e como ia funcionar nosso stalker preferido que só sabe uma palavra, Nemesis, na RE engine, motor gráfico usado pelo Capcom para criar seus jogos, sendo o primeiro jogo a receber ela ser o Resident Evil 7. No entanto, a expectativa logo se tornou decepção quando vimos o quanto pouco foi aproveitado da história do jogo, de Nemesis, e até mesmo do jogo clássico. Nesse texto vou falar apenas do Resident Evil 3 e não do seu modo online Resistence que vem junto com o jogo.

O começo da fuga de Jill Valentine

No começo de Resident Evil 3 original, vimos Jill pulando de um apartamento já em chamas direto nas ruas infestadas de zumbis. No Remake, temos a oportunidade de saber o que acontece antes dessa explosão e também de conhecer mais sobre o apartamento de Jill. A mesma acorda em uma noite chuvosa e escura e vai até o banheiro de seu apartamento para desligar a torneira que estava ligada, e na pia do banheiro, uma pistola está ao lado. Ao desligar a torneira, sangue pinga na pia escorrendo do nariz de Jill. A mesma se espanta e percebe que está virando um zumbi, e antes mesmo de se tornar completamente, ela pega a arma e atira na cabeça para se livrar da transformação, a tela fica escura e aparece…FIM DE JOGO!

Brincadeira, após isso, Jill desperta do que foi um pesadelo onde a mesma fala “Acontece toda noite…” Essa parte do jogo é legal não só como introdução da história, mas vimos uma coisa muito boa do jogo que é a conexão com os jogos antigos, Resident Evil 1 e 2. Como qualquer pessoa normal, Jill está passando por um transtorno de estresse pós-traumático, depois dos eventos da Mansão Spencer. Retomando o controle da personagem, nessa parte você joga em primeira pessoa e consegue olhar o apartamento da protagonista. É possível ver desde posters, ímãs de geladeira, a investigação que a Jill está conduzindo sobre a Umbrella, e a perseguição que a mesma está fazendo com a moça.

“ervas verdes fazem bem!”
Parece que temos uma fã de Madonna

Após investigar o apartamento, agora a câmera em terceira pessoa, Jill recebe um telefonema, e quando atende, Brad, seu parceiro de equipe pede para que a moça saia de casa o quanto antes, sem entender muito bem, Jill vai pegar alguma coisa quando é surpreendida por um colosso que invade sua casa, Nemesis. O brutamontes estoura a parede e essa é a primeira aparição dele no Remake, mudando o que todos pensavam de como seria no original. Após isso acontece uma fuga desesperada porém roteirizada do apartamento enquanto Nemesis te persegue destruindo tudo pelo caminho. Nessa parte, não se faz muito coisa a não ser correr e ver algumas cenas até sair do prédio em chamas, deixando o monstro para trás.

Fora do apartamento, Jill encontra Brad Vickers, motorista de helicóptero que abandonou os amigos no começo de RE1. Jill pergunta o que era aquele monstro, e ele diz que a não sabe mas que a criatura está perseguindo os últimos membros dos S.T.A.R.S da cidade, esquadrão que sobreviveu o incidente da mansão do primeiro jogo no qual Jill faz parte. Nesse primeiro momento, jogamos brevemente a parte de “Uptown” ou bairro residencial de Raccoon. Podemos ver a destruição da cidade, pessoas correndo, alto-falantes pedindo para as pessoas se reunirem nos postos de segurança da cidade, é notável que ela está bem viva (e morto-viva também). Jill se pergunta “como a infecção se espalhou tão rápido?” é o que a gente pergunta vendo a situação do corona, Jill, te entendemos. A reunião de Brad e Jill é breve, depois de escaparem de uma horda de zumbis, o colega de Jill é mordido e faz ela o abandonar para que pudesse fugir. Essa “morte” de Brad é diferente do original que é morto por Nemesis na frente da delegacia de polícia. Muita gente achou uma morte simples e imemorável, mas para mim faz parte da nova construção do personagem, parece que Brad quis se desculpar por abandonar seus companheiros no primeiro jogo e ser só um covarde, e a Capcom deu uma pequena redenção a ele.

O centro de Raccoon City

Depois de fugir, Jill deve ir até um topo de um estacionamento pois um helicóptero está resgatando pessoas lá, no caminho, encontramos Dario Rosso, aquele cara que se tranca no começo do original e se recusa sair com medo de virar marmita de zumbi. Bom…não há diferença no remake, ignorando Jill, ele acaba se trancando em uma espécie de bunker. Chegando no topo do estacionamento, prestes a chegar no helicóptero, o mesmo explode e Nemesis aparece mais uma vez. Jill decide dar o troco pegando um carro e jogando o monstro pra fora do estacionamento. Confesso que fiquei com vertigem ao ver ela cair com o carro de cima do estacionamento atropelando o monstrão em uma cena muito boa. Depois de cair, a criatura não desiste e teria matado Jill se não fosse pela entrada do segundo protagonista do jogo, Carlos Oliveira.

A primeira parte do jogo acaba, muito mais rápida do que no original, não temos uma perseguição de Nemesis sem ser roteirizada, nem Jill na delegacia de policia de Raccoon. Uma vez, resgatada por Carlos, Jill conhece o esquadrão da U.B.C.S. Ao descobrir que são mercenários enviados pela Umbrella, ela fica brava e desconfiada do grupo “Umbrella é a razão disso tudo acontecer” ao qual o Carlos responde “Não faço ideia do que você está falando” De qualquer forma, ela decide confiar em Carlos e na equipe, já que eles são os únicos que tem um plano para fugir da cidade e salvar o máximo de sobreviventes. Nessa parte já batemos olho no novo visual de Carlos, e sua personalidade. Carlos continua flertando e brincando com Jill sempre que possível, porém, ele parece ser um personagem muito mais confiante e com motivação diferente do seu papel original onde ele parecia ser só um soldado interessado em Jill e sobreviver (o que são motivações suficientes, mas enfim).

A missão de Jill agora seria restaurar a energia do sistema metroviário para fugir. Diferente do original, não iremos correr pela cidade para ligar um bonde elétrico mas sim o metrô. Nessa parte, Jill irá explorar o centro do Raccoon atrás da estação de energia para ligar a força novamente. Esse será o primeiro Hub explorável do jogo, com algumas lojas e áreas opcionais, e pequenos puzzles para fazer e conseguir alguns itens. Vemos melhor como funcionam algumas mecânicas do jogo que foram reutilizadas do remake do 2 e algumas novas como a esquiva de Jill. Após chegar na estação de energia, vemos a nova aparência de um inimigo clássico, os Drain Deimos.

Esses insetos também apresentam um novo status de saúde, chamado apenas de parasita, onde eles carinhosamente implantam um parasita na boca de Jill. É preciso usar uma erva verde para vomitar, ou então, ter uma morte ala filhote do Alien saindo pela barriga.

Nessa parte, Jill precisa ligar quatro caixas de energias e evitar ser infectada pelos Drain Demos. Um simples tiro dão conta dos insetos, mas eles não param de surgir, então o melhor é esquivar e sair do local o quanto antes após completar a missão. Depois de restaurar a força na cidade, Jill precisa voltar até sala dos metroviários para fazer a rota do metrô até fora da cidade mas é interrompida pelo seu stalker, Nemesis.

Essa é a primeira vez que lutamos com Nemesis, sem ser de uma forma roteirizada. Para quem jogou RE2 Remake, Nemesis é um Mr.X muito mais ágil e inteligente. Ele vai te perseguir nessa parte do jogo te cortando sempre que possível e correndo mais rápido que você. Suas opções são ou deitar ele com armamento forte, ou se esquivar e fugir sempre que puder, ah, e você deve fazer isso enquanto desvia dos zumbis. Pela forma que o Nemesis te ataca e a quantidade de zumbis no jogo, vemos que RE3 é muito mais focado em ação do que seu antecessor, mas ele não irá te poupar de sustos quando ele pular na sua frente do nada, ou ouvir os passos do brutamontes correndo atrás de você.

Depois de escapar do monstro, Jill reencontra Carlos e conhece mais sobre outros integrantes da U.B.C.S em especial, Nicholai, que mostra logo que não gosta da presença da moça ajudando eles. Após a breve reunião, Nemesis retorna e Jill decide se separar de Carlos para distrais a criatura e levar ele para longe do metrô.

Jill consegue fugir de Nemesis e acabando chegando no sistema de esgoto da cidade, tendo que escapar dos novos Hunters Gamma, que foram totalmente modificados, mas que ainda conseguem matar e engolir Jill com apenas um golpe, então, é bom não chegar perto. É importante ressaltar também que após essa parte, Nemesis não persegue mais você de forma orgânica, aparecendo mais em batalhas de chefes, mas vou falar melhor disso mais pra frente.

Por falar em batalhas de chefe, a primeira ocorre após Jill sair do esgoto e ser surpreendida por Nemesis agora portando um lança-chamas. A primeira boss battle é bem interessante, uma vez que ele vai tentar te queimar com ataques a distância, atirando bolas de fogo para o alto e indo atrás de você para te bater com o próprio lança-chamas. Essa é uma boa luta para treinar sua esquiva, e Jill realmente parece uma heroína desviando do fogo e fazendo pouco de Nemesis o derrotando.

Após fugir do monstro, e fazendo seu caminho de volta até a estação, Jill passa por um local familiar e reencontra um amigo que também conhecemos.

Jill com Robert Kendo

Com Kendo, temos mais uma conexão com a história de Resident Evil 2. Para quem não sabe, os eventos de Resident Evil 3 acontecem antes do 2 e terminam depois dele. Jill tenta convencer o dono da loja de armas a fugir com ela no metrô, mas o mesmo recusa por questões pessoais que descobrimos ao jogar o segundo remake da franquia.

Em direção a estação de metrô, seu stalker preferido mais uma vez aparece em uma ótima cena onde agora, Nemesis, tem seu lança-foguetes para te caçar.

Nessa parte que um dos pontos altos do jogo, você precisa fugir de Nemesis enquanto desvia de foguetes e zumbis até a estação. Apesar de ser uma parte bastante linear e curta, esse pedaço é cheio de ação enquanto o monstro destrói metade do cenário atrás de você. Chegando na estação, Carlos resgata Jill da criatura mais uma vez explodindo um posto de gasolina em cima do monstro.

O Papel ampliado de Carlos Oliveira

Após chegar no metrô, Jill reencontra o pessoal da U.B.C.S, porém descobre que Carlos não irá se juntar a ela na fuga pois tem uma outra missão que o levará para a delegacia de policia R.P.D e ajudar a salvar a cidade.

Se despedindo de forma alegre e flertando, “Pode ir na frente, não vou morrer e deixar você em um mundo sem Carlos” Jill entra no vagão e segue viagem até ser interrompida por Nemesis de novo no meio de seu caminho.

Que homão! Mas não foi o que a Jill pensou.

A cena corta e tomamos o controle de Carlos chegando na R.P.D em busca de um doutor chamado Nataniel Bard. Na história do Remake, esse doutor seria responsável por criar uma vacina para o vírus T que destruiu a cidade. Essa parte da delegacia é muito boa, pois mostra eventos que explicam como certas coisas aconteceram e vimos no Resident Evil 2 com Leon e Claire, como por exemplo, Marvin, o policial que ajuda os protagonistas do RE2 sendo infectado por Brad agora zumbificado. A parte de Carlos, você esta equipado com rifle e apesar de parecer um pouco mais de ação, os ambientes escuros e musica tensa não deixam o terror de lado. Carlos diferente de Jill, tem um de contra-ataque ao invés de uma esquiva da protagonista. Sua parte também é ótima de jogar, uma vez que o mercenário sempre tem um comentário engraçado para descrever sua situação atual.

“É, bem-vindo, Leon. Aposto que você teve um primeiro dia incrível”

Na delegacia, Carlos enfrenta um inimigo já conhecido porém inédito, pois não existia no original RE3, os Lickers. Depois de derrotar hordas de zumbis, chegando na Sala dos S.T.A.R.S, Carlos descobre que Bard está preso no Hospital Spencer de Raccoon City.

Após isso Carlos recebe uma chamada no rádio de Jill dizendo que o metrô descarrilou, e no evento sobreviventes morreram e Nicholai abandonou seus amigos para fugir.

Retomamos o controle de Jill, que sai do túnel de metrô e faz seu caminho até um local conhecido e amado por fãs do jogo original, a Clock Tower, ou torre do relógio. Com a cidade modificada Jill tem que atravessar uma ponte para chegar até a quadra da Torre mas é surpreendida por um Nemesis mutado que apresenta sua segunda forma totalmente diferente da sua forma do jogo original

Nesse estágio, parecendo mais um animal, temos mais uma batalha de chefe na quadra da Torre do Relógio. Como todas a batalhas de chefe, a esquiva é muito importante, uma vez que os ataques de Nemesis mesmo estando mais lentos, agora causam mais dano a Jill. Após derrotar ele, temos mais um evento importante da história que acontece onde Jill é infectada pelo vírus T, e acaba desmaiando, sendo socorrida por Carlos e levada até o Hospital Spencer para ser tratada com a cura. E bom…essa seria a parte da Clock Tower no Remake do 3, antes uma parte explorável e com puzzles interessantes no jogo original, que agora foi completamente retirada, para decepção de muitos.

No Hospital, retomamos controle de Carlos pela segunda vez, em uma parte explorável e com mais opções, assim como o centro de Raccoon. Explorar o hospital é bastante tenso, não só pela escuridão e musica do ambiente, mas por causa dos Hunters que assolam o local.

Esses inimigos são mais perigosos que o próprio Nemesis, eles são ágeis, aguentam bastante dano e conseguem te matar com um apenas um golpe.

Após conseguir a vacina e tratar Jill, Carlos precisa impedir uma horda de inimigos de entrar na sala de enfermagem em uma espécie de cerco. Essa parte seria pra mim, o único ponto fraco da pequena campanha de Carlos. Além de ser uma parte de ação jogada de modo aleatório no jogo, para que os corpos de zumbi não ficassem amontoados, eles explodiam sempre que mortos com um som bastante cartunesco, o que não corresponde com o resto do jogo em questão de design e som. A primeira vez vendo isso deixa qualquer um com uma cara de “…?”

NEST 2, o novo laboratório

Após ser curada, Jill descobre que a cidade será destruída por um míssil nuclear para conter a infecção, e decide ir atrás de Carlos, que foi até uma instalação da Umbrella subterrânea no hospital atrás de mais vacinas deixadas por Bard. Com nome apenas como NEST 2, assim como o laboratório visto em RE2 chamado NEST (bem original, Capcom) Esse novo laboratório substitui a estação de tratamento de água do RE3 original. Nessa parte final, com armamento pesado, Jill já enfrenta todos os inimigos apresentados durante o jogo em uma seção bem linear comuns em partes finais em outros títulos da franquia. Depois de conseguir a vacina, Nemesis aparece mais uma vez no caminho, e Nicholai acaba se aproveitando da situação para roubar a vacina de Jill, falando que seus interesses são apenas financeiros e que ele não pretende salvar ninguém, mas apenas enriquecer com a situação, fazendo a moça lutar mais uma vez com Nemesis.

Temos mais uma batalha contra a segunda forma de Nemesis, ele agora tendo um tentáculo no lugar de um dos braços, mas a batalha funciona um pouco como da Clock Tower. Carlos irá dar suporte na luta, pois Nemesis se esconde atrás de certos tanques numerados e você precisa acertar eles para tira-lo de lá e descer bala nele.

Após essa batalha, Jill corre atrás de Nicholai para recuperar a vacina mas é interrompida novamente pelo monstro quando encontra ele, fazendo com que Carlos fique na missão de perseguir o vilão e de Jill de derrotar a terceira e ultima forma de Nemesis.

Jill como uma amazona segurando a Rail Gun

Essa batalha final é incrível, não só pela Jill segurando a nova Rail Gun como uma heroína, mas também por causa da música que é uma versão remixada da original. Para quem jogou o original e é fã, a trilha vêm como um soco nostálgico. A luta não é muito complicada em dificuldades mais baixas sendo até curta, mas em dificuldades mais altas ela vai de equilibrada para estressante. Você precisa desviar dos golpes de Nemesis e atingir seus pontos fracos para derruba-lo momentaneamente para recarregar a bateria da Rail Gun e assim mata-lo de vez.

Se livrando de uma vez de seu stalker, Jill e Carlos conseguem impedir Nicholai de fugir mas não sem que ele destrua a vacina para desespero de Jill. “A um preço para tudo, até para deixar o mundo queimar” Diz o vilão, depois sendo abandonado para morrer por Jill e Carlos, que fogem de helicóptero da cidade que está prestes a explodir.

Como todo final de Resident Evil, temos nossos protagonistas indo rumo a ao nascer do sol, e Jill faz a promessa de acabar com a Umbrella, de uma vez por todas.

“Adeus, RC”

Sendo o final de tudo, vou falar analisando não só a história, mas toda a questão “decepcionante” que abordei no começo do texto. O jogo finalmente acaba, sendo que o tempo de duração do mesmo inicialmente é completado entre 5 a 6 horas. Esse tempo deixou muita gente até que brava, pois parece que se trata de um tempo muito curto para um jogo de uma produtora grande que vende seu jogo com preço alto, que as pessoas falam de jogo nível “AAA”. O tempo na verdade não acredito que seja um problema muito grande, pois, Resident Evil 2 tem tempo similar de conclusão, entre 5 e 6 horas, e até o jogo original também não era muito longo. Então, porque as pessoas estão achando tão ruim? O problema maior de Resident Evil 3, é que ele é terrivelmente linear, isso é, você não passa muito tempo em uma área para explorar e uma vez que você sai dela para outra, você não retorna nunca para ela. O começo jogo é totalmente eletrizante e muito boa em apresentar a situação atual de Jill, seus problemas e desafios para sobreviver, faz uma ótima introdução de Nemesis que já começa desde o começo do jogo a perseguindo, e também apresenta o estado apocalíptico da cidade.

A sequência no entanto, é muito curta e linear, você tem mais cutscenes do que momentos de exploração e ação na primeira parte de “Uptown” da cidade. No jogo original, essa era uma parte completamente explorável, onde mais tarde você podia voltar para coletar mais itens ou saber o que ocorre com o Dario Rosso, personagem que se tranca no bunker (ele morre, mas mesmo assim!).

Depois disso temos outro problema, o pouco uso do vilão Nemesis. A Capcom fez muito bem em criar uma maquina de perseguição incansável, porém, que só mostra o seu potencial em uma pequena parte do jogo. Como falo no texto, depois que Jill foge para os esgotos, Nemesis para de te perseguir pelo resto do jogo, aparecendo apenas em batalhas de chefes e também em uma única perseguição com o lança-foguetes, que nessa parte, o jogo não te incentiva ou te da a opção de explorar, mas sim, só correr dele até o objetivo.

Outra questão ainda seria o corte de algumas áreas, como da Clock Tower e do parque de Raccoon City que foram condensadas em uma pequena arena de boss battle. Não se sabe o motivo de tal decisão de tirar uma área icônica do jogo, mas iria matar eles colocarem mais um área de exploração? Talvez…como disse, não sei o motivo da decisão, mas a Capcom podia colocar de DLC, como sendo uma das áreas que o Carlos tem que passar até chegar na Jill infectada? Ta aí uma sugestão.

Dito isso, o jogo é um fracasso total como muitos estão falando? Não…bom, pelo menos para mim. É nítido que é um jogo que tinha bastante potencial mas decisões estranhas fizeram ele ser um jogo um pouco decepcionante. Como lado bom e ótimo temos a história, temos os novos e reimaginados Jill e Carlos, que estão lindos, e possuem muita química em suas interações. Carlos está um personagem com mais peso na história, e eu espero que a Capcom traga ele em um jogo futuro e não deixe ele de lado como faz com a maioria dos protagonistas da franquia. A história também está muito boa, ainda é sobre Jill fugir da cidade com vida sendo perseguida por um monstro implacável, mas a adição de Bard e uma vacina para salvar todos trouxe mais apelo ao que acontece no jogo. Resident Evil 3 tem mais niveis de dificuldade do que RE2, temos o modo Pesadelo e Infernal, que deixam inimigos mais agressivos e rápidos, e também altera a posição que eles aparecem no jogo. Essas dificuldades são desbloqueadas depois de zerar no modo Hardcore, e fazem parte do sistema de conquistas do jogo. Isso deixa o jogo mais interessante para jogar mais de uma vez, além de se fazer o uso necessário da nova loja do menu principal que te da a opção de comprar armas infinitas e outros itens para te ajudar (ou não, se você for aqueles speedrunners que finalizam o jogo em menos de 2 horas sem tomar dano algum)

Finalizando, se fosse dar uma nota ao Resident Evil 3, daria um 7,5/10. O jogo é muito bom, mas é inegável o gosto que fica de que poderia ser algo melhor e mais bem trabalhado para um remake de um dos jogos mais queridos e importantes da franquia.

Gust

Fiz um curso de uma semana de jornalismo de games, e aqui vai ser onde quero praticar minha escrita sobre jogos ;)